Monday, July 23, 2007

A Vista como um Vácuo


Com os dedos na janela
Contemplando o mundo afora
Vendo história acontecer
A grande história do agora

Que se afirma em todo instante
E só sabe olhar pra frente
Renovando em cada gesto
Um silêncio indiferente

De quem sabe e nada quer
Observa e acolhe
Acompanha nossos passos
Na memória deixa rastros

Mas prossegue exuberante
Ante a fraca permanência
Que não tarda em demonstrar
Vulnerável inconsistência

Como uma nuvem que rasteja
Vem com ela a tempestade
E se desfaz à luz do sol
Para então voltar mais tarde

Bem de perto quis eu ver
Narrativas vinculadas
Uma seqüência de eventos
Feito laço nos amarra

E nos deixa bem colados
Ao vasto mundo lá de fora
Porque escolher não escolher
É escolher de toda forma

1 comment:

Rodrigo de Morais said...

Pois é, amigo, estas férias têm me permitido uma certa, “posição de estar” (um trocadilho para sala de estar, que se apresenta como uma emblemática situação de “vagar por entre outras vertentes raramente penetradas” e acaba soando para mim como uma “coisa” pragmática que faz parte do pacote “sobrevivência & sonolência” que determina no claro do dia o tempo para a máquina, prolongar dessa “razão-bagagem”, e no escuro da nossa circunferência uma espécie de “sonho induzido e possuído” por estes tais determinismos). Estar: eu sinto e interpreto como, posição para ser sentir e pensar (ou, “fritar”) o que nos atinge, o que nos faz reagir à sensibilidade que temos, ao vento, aos ruídos, chuvas, tudo espojado num não-compromisso, como algo jogado sorridente triste e imprudente na roda-vida (no intenso de seu BRILHO!). Permitiu-me (e remeteu) a uma situação de um ser que procura o esquisito (como expressão para outro limbo), pra se perder de algumas garras, e se difundir para o infinito; numa espécie de labirinto. Tenho visto A Vida Como Um Vácuo, da forma como reparávamos ao redor nos “primeiros momentos”, outros tempos alicerce de hoje composto pelas sombras brilhantes como “platéia e telespectadores”. (Gilson não consigo parar de falar nem rimar nem teclar (neste instante.) já começo a me interpretar com um certo tormento!) Que tenho visto eu da vida? As cores e os tons (sonoros), frenéticos, comoventes! Como reflexo dos altos, do "invisível" e de algo como a nostalgia, sempre naquele ardor de sentir; momento sob momento (salientes). Meu amigo, tanto estou que tanto ainda me contenho, de há tão pouco adiante o que serei virá do encontro “momento-pensamento”. A conjunção de vários num indivíduo lhe trouxe uma anestesia no que em outros instantes era seu foco da estética (hoje) mais a fundo ele goza por entre os sentimentos. Tudo num só nome então? Emoções.