Há um segundo atrás
Estava eu comatizado
Imerso entre dois momentos
Fotografando um pensamento
Que me olhava sorridente
Prepotente e autônomo
Desafiante a forma presa
Que eu lhe dera de presente
Para que ganhasse vida
E se infiltrasse na matéria
Faiscando a luz de um impulso
Junto ao hélio das idéias
Viajando em um só fôlego
Uma corrente de sinapses
Onde ele estava eu não era
Onde eu era ele não estava
Do meu coma retornei
A superfície como uma bóia
Com a língua contraída
Flutuante amnésia
Só me restava uma foto
Desfocada e traiçoeira
De contornos mal traçados
De beleza que golpeia
E na imagem delineada
Vai mais longe o sentido
De tocar a quem se expõe
Como um ácido corrosivo
Que de fluido se deforma
Preenchendo a mente alheia
Acolhedora involuntária
Tradutora imperfeita
Novos ares da à forma
Um mutante imprevisível
Retratado em uma foto
Subjetiva e intangível
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
4 comments:
Gilson!
Lindo o "Retrato"!
Admiro bastante que possui esta habilidade com as palavras.
Como vc vai perceber, eu tenho um blog, inutilizado desde o ano passado... qualquer dia desses eu uso! =]
Gilson, após observar essa viagem louca que á comunicação virtual, chego até você num sei como, não sei que horas iras lê-me, e ando tão descrente que nada (ou alguém) me conforma explicando, se mexendo, ofuscando, sonorizando. Ah! Graças a deus ando confuso sobre tudo e vivendo bem no mais. És uma figura autentica, “energizada”, e que bom à idéia do blog! Além de instigar o outro ao autoquestionamento, abre você uma janela outra as expressões que devem (num sentido facultativo, claro) ser difundida, é a propagação de algo útil no sentido de permanecer no “crescendo” e pintando a existência. É porque a palavra útil é muito vulgar pra mim, eu sempre digo útil àquilo que serve, acabo julgando quase sempre uma experiência deduzida do que é bom pra mim pelo que me foi condicionado sem muitas vezes nem questionar o por que de negar, o útil e o inútil estão nas barreiras das percepções, quero romper com cada uma que eu perceber até morrer (ou melhor, transcender)! Olha, amigo, eu sou para seus olhos seu filme, você nunca se verá da maneira que eu o vejo, da maneira que fotografo suas expressões (etc). O espelho? Que espelho que nada! Diante do espelho há pouca espontaneidade. Você se distingui porque eu e os outros não somos sua forma. Tomara que em 2086 os “corpos úteis e dóceis” imitem este presente futuro passado, pra fingir nem que sejam as cores, os olhos, o sexo.
Fotografe e perceba (suas idéias, os outros,eu, o que seja...) eu sou o vento em forma de poeira (e água)... beijo, amigo!
obrigado Andrea, que bom que você gostou. Vou esperar esse seu blog, viu?
Rodrigo, cara, muito, muito obrigado pelo incentivo, absorvo bem suas palavras e compreendo o que elas significam. Percebo que você está com muitas idéias, amigo. Espero vê-lo em breve para fundir pensamentos. Saudades, amigo, um abraço!
Post a Comment